No rés-do-chão de um edifício de estilo pombalino com frente para o Largo Barão de Quintela, na Rua do Alecrim (Lisboa), encontramos um dos dois espaços expositivos da Sant'Anna, aí instalado em 1916. O estabelecimento é anunciado por um discreto painel em azulejo com o nome da empresa, colocado sobre a entrada voltada para a Rua do Alecrim, e por dois outros que encimam as janelas orientadas para o Largo Barão de Quintela, com as inscrições "Fábrica Sant'Anna" e "Faianças e Azulejos". Todas as janelas são inferiormente rematadas por painéis azulejares com representações de Lisboa e alusivas à Expansão Marítima Portuguesa, à exceção de uma, que está preenchida com uma representação de Santa Ana.
A Sant'Anna foi fundada em 1741, como uma pequena olaria de barro vermelho, em "terras de Sant'Anna", de onde terá adquirido o nome. A empresa iniciou a produção de azulejo decorativo para revestimento de paredes durante a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, quando a procura deste produto se generalizou, por ser uma alternativa barata em comparação com outros revestimentos, como a pedra. No início do século XX, a fábrica foi transferida da Rua de Santana para a Rua da Junqueira e depois, vinte anos mais tarde, para a Calçada da Boa Hora, onde se mantém em funcionamento. Atualmente, a produção dos azulejos e faianças Sant'Anna mantém os processos de 1741, utilizando métodos inteiramente artesanais desde a preparação do barro até à vidragem e pintura.