Em Aveiro, a rematar o Parque da Fonte Nova, encontra-se um imponente exemplar de arquitetura industrial em barro vermelho que, desde 1995, alberga o Centro Cultural e de Congressos. Este era o bloco central do complexo industrial da "Jerónimo Pereira Campos, Filhos", que foi poupado à demolição quase total do conjunto em meados da década de 80, à qual escapou também uma chaminé isolada, que hoje se localiza dentro do lago. Ambas as fachadas longitudinais do edifício são coroadas por painéis de azulejo que, com diferentes grafias, o apresentam como Fábrica de Cerâmica de Jerónimo Pereira Campos, Filhos.
A empresa foi fundada por Jerónimo Pereira Campos e dois dos seus filhos em 1896, sendo a única produtora de tijolo e telha tipo marselha entre Porto e Pampilhosa até 1903, quando passou a disputar o mercado regional com a Empresa Cerâmica da Fonte Nova, Lda. A fábrica junto ao Canal do Côjo foi construída entre 1915 e 1917, consoante o desenho do arquiteto José Olímpio, numa tentativa de modernização da empresa por parte dos filhos após a morte de Jerónimo Pereira Campos e da desvinculação de um dos irmãos, João Pereira Campos, para fundar a Cerâmica Aveirense.
A partir de 1923, o grupo começou a expandir e a absorver fábricas de Viana do Castelo e Sintra. No entanto, em meados de 1960, a empresa enfrentava grandes dificuldades e o controlo passou para o Banco Pinto de Magalhães. Com a construção da unidade fabril de Taboeira, as instalações em Aveiro foram abandonadas e, posteriormente, com a venda das instalações de Taboeira, a sede da empresa foi transferida para Alvarães, no distrito de Viana do Castelo.